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A importância da IoT para superar desafios da indústria 4.0

Tempo de Leitura: 5 minutos

A indústria 4.0 já é uma realidade, não apenas no Brasil, mas em todo mundo. Esse movimento de transformação digital presente nas indústrias é tido como um momento ímpar para que possam alavancar seus resultados.

Como não poderia ser diferente, os desafios se fazem presentes nessa etapa de mudanças nas indústrias. A IoT, um conceito de conectividade entre diferentes dispositivos (coisas) dessa nova era digital, se mostra como uma grande aliada no enfrentamento dos obstáculos.

Neste material exclusivo da ABII, você saberá como a IoT tem contribuído para o desenvolvimento da indústria 4.0, o que ela ajudou conquistar até aqui e o que se espera alcançar nos próximos anos. Confira!

Uma análise da IoT

Para entender melhor esse cenário, a ABII convidou um especialista na área para responder algumas perguntas. Buscou-se compreender o cenário como um todo, o que já foi alcançado e onde se espera chegar com o suporte da tecnologia.

O entrevistado foi Alex Kuhnen, coordenador de educação 4.0 do Senai/SC, entidade associada da ABII, convidado pelo Grupo de Trabalho de Tecnologia para fazer uma apresentação sobre IoT e seus desafios e que concedeu a entrevista.

A conversa foi dividida em 5 tópicos distintos, que buscaram compreender o avanço histórico da IoT na indústria 4.0 e as suas perspectivas. As opiniões de Alex você confere logo abaixo!

1 – Definição de IoT e a importância para superar os desafios da indústria 4.0 atual

Para começar, Alex buscou trazer uma quebra de paradigmas e definiu a IoT como sendo:

“Não é uma só tecnologia, é uma união de tecnologias que permite com que a gente faça uma interação de objetos e ativos físicos com o mundo digital, e com esse enlace passemos a ter acesso a uma nova camada de dados. São ativos que até então você não conseguia entender o que de fato estava acontecendo com eles em tempo quase real“.

Com essa visão, o entrevistado buscou ressaltar a grande importância em poder se extrair dados daquilo que acontece no mundo físico e acrescentou que felizmente essa prática vem se adequando aos meios industriais brasileiros.

Em meados de 2016, o governo brasileiro lançou um edital para trazer um consórcio de empresas para realizar um estudo sobre a implantação da IoT no Brasil. Hoje os resultados são a base de um plano nacional.

No final do ano de 2020 houve a aprovação de um subsídio para trazer investimento em IoT para o Brasil. Esse programa prevê a adoção da tecnologia em 4 frentes específicas: saúde, cidades inteligentes, setor rural e setor industrial.

2- Aplicações da IoT

Com relação a aplicação da tecnologia pelos meios industriais, Alex voltou a quebrar um novo paradigma e ressaltou que:

“Existe um dilema que diz que a IoT é algo só para grandes empresas. Mas, quando você quiser trabalhar com indústria 4.0 e for utilizar sensores para captar dados, muitas vezes você já estará utilizando a IoT. É possível até que use cola para fixar um sensor e assim já vai começar a ter dados em tempo quase real. Você estará fazendo uso de IoT de uma forma simples e barata”.

Demonstrando que a solução pode ser adotada por qualquer empresa, o entrevistado acrescenta que antes você tinha que realizar muitas atividades manuais para gerar um histórico de produção, agora você já conta com um monitoramento em tempo quase real dos processos produtivos.

Hoje, com os dados em nuvem, é possível acessar as informações em qualquer lugar do mundo e observar como está a saúde de seus equipamentos. O que não estava presente, hoje está cada vez mais acessível e com baixo custo.

O especialista sugere que, quando se expande a conectividade na indústria, é possível observar toda a cadeia influenciada. É um movimento gradativo que tende a formar um cenário onde quase não se percebe mais divisões, criando uma uma só cadeia, movida a dados.

3- Soluções e comportamento do mercado

Alex observa que há uma clara mudança no comportamento industrial:

“Temos alguns movimentos de empresas que têm um histórico voltado para oferta de ativos físicos e que hoje estão cada vez mais ofertando soluções digitais. Hoje você compra um robô e recebe junto o seu irmão gêmeo digital. Agora você vai fazer a interação tanto no meio digital quanto físico, antes era só no físico”.

O especialista ainda faz uma comparação entre grandes empresas, Microsoft e Siemens. A primeira já nasceu com o foco no digital, a segunda não. Hoje, ambas competem em igualdade pela solução de tecnologias digitalizadas.

O mercado está se adequando às necessidades da indústria 4.0 e inclusive observa que suas soluções são cada vez mais pré-modeladas para que o cliente possa ter uma condição de previsão ou predição com os dados que está armazenando.

4- Tendências e futuro da IoT no Brasil

Alex acredita que apesar dos males vivenciados pela pandemia, alguns cenários foram beneficiados por esse acontecimento, entre eles a aceleração da adoção de tecnologias da indústria 4.0.

O especialista diz: “Cada vez mais existe um universo com menos barreiras, isso é oportunizado pelo fato de as empresas estarem abertas ao digital”.

E complementa: “É preciso se beneficiar de dados para melhorar a entrega do que se é produzido. Pessoas, máquinas, equipamentos e sistemas estão cada vez mais conectados entre si, gerando dados. Esses dados são necessários para conhecer o cliente, suas dores e a partir disso começar a modelar cada vez melhor o produto/serviço para a necessidade certa”.

Ele acredita que a personalização é o principal ponto a ser adotado pelas indústrias do amanhã, acrescendo também a hiper-automação, onde tudo o que puder ser automatizado, assim será feito.

5- Estágio de maturidade da indústria 4.0

Com relação ao estágio atual da IoT no mundo, Alex fez uma observação e trouxe alguns estudos para respaldar a sua opinião:

“Existe um grande desafio, que é a conectividade. Precisamos de tecnologias que rompam as barreiras, como também adequar ferramentas antigas para que todas elas possam operar também no digital. Somente assim os desafios serão superados, com a obtenção de dados de todos os equipamentos“.

O primeiro estudo foi realizado na Alemanha, pela Academia de Ciência e Engenharia da Alemanha (ACATECH) e avaliou 70 empresas em relação ao seu atua estágio de maturidade em indústria 4.0. Praticamente a totalidade, 96%, encontra ou vai encontrar problemas de conectividade.

Já em um estudo nacional, feito pela CNI – Confederação Nacional da Indústria, 78% das empresas entrevistadas ainda possuem problemas de conectividade entre máquinas, equipamentos e sistemas, com dificuldades em avançar rumo à indústria 4.0.

Caminho sem volta

Todos esses desafios fazem parte de um cenário muito comum, afinal todas as grandes revoluções tecnológicas aconteceram da mesma forma. Os desafios fazem parte do processo de resiliência empresarial e do seu nível de maturidade.

Estar presente nessa nova etapa da indústria moderna é inevitável para quem deseja fazer parte do mercado do amanhã. Esse momento ímpar permite que as empresas aprendam umas com as outras, durante o amadurecimento.

Esse é o objetivo da ABII, unir as empresas em prol de um desenvolvimento mútuo na indústria 4.0. Faça parte desse movimento, associe-se à ABII e escreva a sua história.

Sobre a ABII

A Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), fundada em agosto de 2016, atua com o objetivo de promover o crescimento e o fortalecimento da internet industrial das coisas e da indústria 4.0 (IIoT & I4.0) no Brasil. Fomenta o debate entre setores privado, público e acadêmico, a colaboração e o intercâmbio tecnológico e de negócios com associações, empresas e instituições internacionais, a partir do desenvolvimento de tecnologias e inovação. A ABII é signatária do Acordo de Cooperação com o IIC (Industrial IoT Consortium). Buscando inserir o Brasil nesta revolução, Pollux, Fiesc/Ciesc e Nidec GA (empresa detentora da marca Embraco) uniram-se para fundar a ABII, há cinco anos.

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