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Como foi o painel sobre pessoas no mundo VUCA do ABII Live Talks

Tempo de Leitura: 8 minutos

Com mais de 700 visualizações nas plataformas da entidade no dia do evento, o painel sobre ,”Pessoas no mundo VUCA” do ABII Live Talks reuniu cinco empresas associadas: SENAI/Santa Catarina, TERMICA Solutions, Embraer, GoEPIK e Pollux. O tempo foi curto para as tantas discussões interessantes e insights para quem já está no mercado ou está querendo entrar. Separamos algumas frases e reflexões dos convidados abaixo.

Este foi o último painel ,,desta série promovida pela ABII, mas em breve teremos novos eventos online que não vão poder ficar de fora da sua agenda. Se você não conseguiu acompanhar as lives, elas continuam disponíveis no ,YouTube da ABII e no ,Linkedin da ABII.

,,::: Clique aqui e veja como foi o painel de abertura do ABII Live Talks com o mercado

,,::: Clique aqui e veja como foi o painel sobre novos modelos de negócio

,,::: Clique aqui e veja como foi o painel de tecnologias para geração de valor

Assista ao painel comple,to de pessoas aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=69f3Gj47yLc

Confira algumas reflexões dos convidados:

Celson Pantoja Lima

Líder do Ensino Superior do ,,SENAI/Santa Catarina

“O primeiro desafio da pandemia para o Senai foi a aula remota. Não foi fácil! Internet, pacote de dados e máquinas num primeiro momento foram desafios para os estudantes, além do preparo dos professores. Foi muito trabalho, mas o resultado segundo os comentários dos alunos, está muito bom. Então o investimento valeu! Muitos alunos nem querem voltar para a sala de aula. Variáveis que não eram consideradas no momento anterior terão que ser analisadas no pós-pandemia. Uma coisa é certa: a aula remota veio para ficar, cada vez mais fortalecida, e assim vamos precisar ter um outro olhar para o ensino superior.”

“Segundo o Fórum Econômico Mundial até 2030 temos requalificar 1 bilhão de pessoas. Vamos pensar em SC, apenas. Quem está melhor preparado para isso? O Senai está preparado, com certeza. Mas não consegue fazer isso sozinho. Precisa ser em parceria com a indústria. E o trabalhador também tem que querer. São muitas variáveis que envolvem muitos atores na solução deste problema. Mas o fato é que precisamos levar o nosso profissional para um outro patamar.”

“Tem algumas coisas inevitáveis, que já estão acontecendo ou vão acontecer em breve: robotização a gente vai ter cada vez mais, em escalas diferentes, mas vai ter; uso de software já é realidade; uso de IA. Se olhar para uma indústria têxtil hoje, já é possível produzir peças com um engenheiro de controle de automação tocando a operação. Os costureiro não será mais necessário, mas o cara da TI, do designer, esses profissionais a gente vai precisar. Então isso nos dá um caminho de que profissionais teremos num futuro próximo.”

“As pessoas são recursos valiosos de qualquer economia. Sem gente não há economia. Se elas não são saudáveis nem educadas e não estão em empregos significativos é uma perda não só para os indivíduos, mas para a sociedade como um todo. É uma fala do Fórum Econômico Mundial que eu compartilho inteiramente.”

Claudio Goldbach

CEO da ,,TERMICA Solutions

“Com a ida de todo mundo para casa em 16 de março a gente teve situações diferentes para administrar. Eu já estava acostumado a trabalhar de forma remota, mas algumas pessoas da empresa nunca haviam passado por isso. Se você está em casa e tem um filho pequeno, por exemplo, vira um desafio. E nós tivemos várias situações assim na companhia. Então na reunião a pessoa está com o filho junto e tudo bem. Porque a gente quer a pessoa bem. Ela é importante e queremos ela como um todo.”

“Vejo um desafio muito grande na contratação de pessoas neste momento. Porque uma coisa é levar para home office a pessoa que já tem a cultura da empresa, já está na veia. Imagina uma pessoa começando. Como transmitir cultura pela internet? Como transmitir o jeito de ser, a pegada da empresa? Ainda não consigo ver como transferir por este canal. A gente precisa das ondas alfa, da conexão humana. Isso não se resolveu. O teletrabalho em si não é a solução. A gente vai sentir falta do contato, de ações, especialmente na área de inovação. Porque a conexão precisa de colisões não planejadas. Acho que vamos sentir isso!”

“As aplicabilidades e replicabilidades de muitas das ferramentas da industria 4.0 ainda não estão dominadas. Não tem como ter um livro sobre isso, ensinando como usar. Uma das responsabilidades de quem trabalha com tecnologia é trabalhar com tecnologias cada vez mais ubíqua. Que o usuário consiga ter os benefícios daquela tecnologia sem ser capacitado. E aí a gente precisa se complementar (trazendo profissionais como o designer, por exemplo) e pensar na tecnologia como fim e não como meio.”

“Uma dica de habilidade que você precisa ter é o inglês. Começa por aí. Quando se fala em tecnologia e inovação a maioria das palavras e termos já é em inglês. Nem se perde tempo para traduzir mais. É um ponto importante que ainda é desprezado por muita gente.”

“O tema liderança feminina na tecnologia é fundamental e tem tudo a ver com pessoas. Ele pode começar a ressaltar uma visão mais de cooperação do que de competição nos negócios. O feminino traz isso com ele. A mulher faz o bem para ela e para todos que as cercam.”

Daniel Moczydlower

Vice-Presidente Executivo de Engenharia e Tecnologia da ,,Embraer

“A pandemia trouxe um impacto dramático não somente na saúde das pessoas e na economia. E o setor de transporte aéreo foi um dos mais impactados e vai precisar ser muito inovador e criativo para se recuperar. Estamos estudando o que vai ser este novo normal. E um dos campos que se abre para transformações é na gestão de pessoas e dos negócios. Acho que tudo isso gerou vários efeitos interessantes que podem se transformar em vantagens competitivas: um exemplo é o trabalho remoto que rompeu vários paradigmas. É até assustador como o trabalho colaborativo à distância pode funcionar e ser mais produtivo. Nada substitui o contato direto, claro, mas várias atividades podem ser desempenhadas de forma muito produtiva e colaborativa à distância. O outro fator interessante é na gestão dos negócios de uma companhia. Os caminhos se encurtam, as burocracias desaparecem. E a gente percebe que a barreira era cultural, de cultura de trabalho.”

“O grande desafio do profissional hoje é ser ambidestro. As soft skills não vieram para substituir uma boa formação técnica. A barra subiu. A gente está competindo com talentos do mundo inteiro e que precisam ter uma formação técnica muito sólida. Isso não perdeu importância, só deixou de ser suficiente. O diploma era o único requisito antigamente. Hoje, ele fica obsoleto muito rápido, então a pessoa precisa estar preparada para continuar aprendendo. E em alguns momentos estar preparada para desaprender e se transformar. E ter a capacidade de se conectar com seu contexto e com outras pessoas. Se destaca hoje, o profissional que tem uma boa visão do todo e entende onde a atividade dele se encaixa, como ela agrega valor para o cliente da empresa, porque faz diferença. Então, conforme o mundo incerto e volátil vai forçando a empresa a se reinventar, este profissional pode se movimentar com facilidade entre diferentes missões.”

“Outra skill importante é o empreendedorismo: ele é tão importante para uma grande empresa quanto para uma startup. Na vida você não tem o que merece, mas o que você negocia. Os empreendedores aprendem isso cedo!”

Eduan Guérios

Diretor Comercial da ,,GoEPIK

“A gente não tinha ninguém trabalhando em home office e na primeira semana de pandemia a gente já migrou para o trabalho em casa. E o primeiro problema que esbarramos é que a gente tinha tanta ferramenta, que começamos a ter problema de comunicação entre ferramentas. E aí a gente enxugou isso para facilitar o desenvolvimento técnico dos projetos e o próprio contato dos times. Porque faz falta você ir na mesa do colega e ver até em primeira mão o que ele está produzindo, o que está acontecendo. Esse contato pessoal faz muita falta. A gente contratou pessoas durante a pandemia e aí tentamos estar o mais próximo possível. E estamos cuidando até do conforto da pessoa, que por exemplo, foi para home office mas não tinha uma cadeira adequada para trabalhar. Tudo o que as pessoas precisavam para trabalhar a gente enviou para casa dela. Fortalecemos muito a comunicação.”

“Eu trabalhai numa consultoria de recrutamento e seleção, uma das maiores do mundo. Britânica e super quadradinha, cheia de processos. Eu entrevistei lá mais de mil executivos e a variação de hard skills é muito grande. Segundo esta consultoria, 80% das pessoas que são demitidas foram admitidas pelos hard skills e demitidas pelos soft skills. Depois que eu sai de lá, entrei na GoePik e no primeiro dia de trabalho olhei para o lado e metade das pessoas estava o YouTube no horário de trabalho. Pensei: como assim? Mas era uma forma de conhecimento rápido, um contato na prática com quem acabou de desenvolver algo. O indiano que acabou desenvolver um código específico e postou no YouTube e você já consegue ter acesso.”

“Hoje, uma característica importante é não reagir a alguma coisa de maneira colisiva. Você aprende quando faz as coisas de forma diferente. Estar infiltrado em comunidades de ensino onde existe troca, também é fundamental. Tem um conceito em TI que é o open source. Se você falasse isso há dez anos, que ia compartilhar algo em prol de uma comunidade, te chamariam de louco. E isso acontece hoje. Acho que não usamos da maneira correta, mas acontece!”

Natanael Kaminski

Diretor de Operações da ,,Pollux

“A pandemia vai gerando vários aprendizados diários. E ela é um evento apenas. Podem e vão ocorrer outros eventos disruptivos ao longo dos próximos anos e nós temos que aprender a atuar neste mundo VUCA. A reflexão que fica é que a pandemia nos forçou a buscar várias soluções que vão ficar. Um exemplo é que hoje estamos montando o nosso time de engenharia com profissionais que não precisam estar exatamente em Joinville. A pergunta é como a gente se prepara para o próximo evento disruptivo que vai acontecer? Em relação as pessoas a gente percebe que elas vão precisar ter uma capacidade de aprendizado muito grande. Porque as tecnologias que existem hoje não são as que vão existir daqui a dois anos.”

“A capacidade de conexão, com pessoas, com ideias diferentes e comigo mesmo precisa ser exercitada. E é preciso uma capacidade de realização muito forte. Se você não transformar uma ideia em realidade num espaço de tempo muito curto, aquela janela já passou e estamos numa outra dinâmica de mercado.”

“Aprender a aprender é a base que permite continuar construindo as novas competências. A habilidade de aplicar as ferramentas pertence as hard skills, mas utiliza conceitos também das soft skills. Quando a gente olha as tecnologias disponíveis hoje, nenhuma delas sozinha resolve problemas, você precisa conectar tecnologias e ainda tem a interface do usuário. Portanto uma pessoa sozinha não vai resolver. Então a capacidade de conexão e trabalho em equipe se torna importante.”

“As empresas estão buscando elementos da cultura da empresa já na hora do recrutamento. Ter gás e resiliência, por exemplo, é difícil de ensinar. Então, precisa trazer as pessoas certas para a equipe. E fazer tudo isso, mantendo a diversidade é um desafio maior ainda. A gente também precisa fazer um esforço consciente para montar estas equipes.”

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Sobre a ABII

A ,,Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), fundada em agosto de 2016, atua com o objetivo de promover o crescimento e o fortalecimento da indústria 4.0 e da IIoT (Industrial Internet of Things) no Brasil. Fomenta o debate entre setores privado, público e acadêmico, a colaboração e o intercâmbio tecnológico e de negócios com associações, empresas e instituições internacionais, a partir do desenvolvimento de tecnologias e inovação. A entidade tem 47 empresas associadas. A ABII é signatária do Acordo de Cooperação com o IIC (Industrial Internet Consortium), consórcio criado em 2014, nos Estados Unidos, com o mesmo fim, pela IBM, GE e Intel. Buscando inserir o Brasil nesta revolução, Pollux, FIESC/CIESC e Embraco uniram-se para fundar a ABII.

Mais informações: ,comunicacao@abii.com.brcontato@abii.com.br

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