Como as organizações nacionais estão sentindo os impactos do fenômeno da indústria 4.0? Estarão se adaptando tão rápido quanto o avanço das tecnologias emergentes?
Para compreender o panorama do cenário brasileiro, o CPQD – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, realizou um aprofundado estudo, denominado: Radar Conecte-se ao Novo | 2020 – Tecnologias que podem transformar as empresas no Brasil. O estudo buscou compreender qual é a percepção que as empresas possuem das novas tecnologias.
Confira neste post quais foram os resultados obtidos.
Como foi feito o estudo
Para que esse estudo pudesse ter sido realizado, o CPQD entrevistou um grande número de parceiros e clientes. A grande diversidade de áreas de atuação possibilitou segmentar os resultados em diferentes nichos.
Participaram da pesquisa profissionais de diferentes níveis, de acadêmicos à gestores operacionais que atuam em empresas diretamente ligadas à tecnologia, ou áreas correlacionadas.
Ao todo, 40 tecnologias foram estudadas, porém 28 foram selecionadas para compor o estudo. Para que essa decisão fosse tomada, os pesquisadores observaram também o cenário internacional, para comparar as tendências.
Todas essas tecnologias emergentes foram classificadas em 3 pontos diferentes: maturidade percebida, impacto previsto e prazo de adoção. Cada um desses pontos também é subdividido em níveis de interatividade.
Maturidade percebida:
Para compreender o nível de maturidade dessas tecnologias, o seu ciclo de vida foi explorado. Ele é o responsável por determinar o momento atual da tecnologia dentro de cada uma das áreas estudadas.
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Emergente: A tecnologia emergente é aquela que ainda está em sua fase inicial e sua utilização é observada em centros de estudo;
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Nascente: O impacto previsto começa a se popularizar, assim como o seu interesse, porém sem cases de utilização;
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Inicial: Os primeiros resultados começam a ser observados e com isso novos adeptos são atraídos para a utilização;
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Convencional: Com a crescente de resultados exitosos, novos usuários seguem adentrando e a utilização passa a ser algo comum.
Impacto previsto:
Para determinar o quanto as tecnologias emergentes podem modificar o setor em que atuam, questões relacionadas ao impacto foram realizadas. Assim como no tópico anterior, 4 pontos foram estabelecidos: baixo, médio, alto e disruptivo.
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Baixo: Capaz de atuar em apenas poucos setores da organização;
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Médio: Impacto direto nos produtos e serviços, sendo perceptível também pelo cliente;
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Alto: Sua utilização é tida como capaz de trazer grande valor para toda a linha de produção e para o cliente final;
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Disruptivo: Potencial para transformar completamente a produção e o pós-entrega.
Prazo de adoção:
Para completar a análise, os entrevistados foram questionados a respeito do prazo de adoção das tecnologias. É importante ressaltar que o prazo de adoção está inteiramente relacionado à maturidade e ao impacto previstos.
Os períodos foram divididos em:
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0 a 2 anos: Tecnologia já analisada e está dentro dos planos de curto-prazo;
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3 a 5 anos: Segue em análise e possui grandes chances de utilização;
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6 a 8 anos: Seu impacto já foi notado, mas a utilização não possui urgência;
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Mais de 8 anos: Aguarda maiores sinais de utilização do mercado para uma tomada de decisão futura.
As tecnologias estudadas
As 28 tecnologias estudadas foram cuidadosamente agrupadas conforme o seu objetivo principal de utilização. Observe por exemplo a Blockchain e os contratos inteligentes, que estão agrupados em Confiança, Privacidade e Segurança. Ao todo, as 28 tecnologias estão subdivididas em 6 áreas de atuação. Abaixo você pode conferir quais são essas tecnologias:
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Rede e Conectividade: Tecnologias que permitem a conectividade entre duas ou mais tecnologias:
1. 5G – 5a geração das redes móveis
2. Multi Nuvem (Multi Cloud)
3. Tudo Definido por Software
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Inteligência Artificial: São aquelas com potencial de complementar funções de tecnologias já existentes, trazendo um potencial maior de interatividade:
4. Interface de Uso Natural
5. Assistentes Virtuais
6. Computação Cognitiva
7. Deep Learning
8. Digital Twin
9. Plataformas de “insights”
10. Computação Sensível ao Contexto
11. Automação Inteligente
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Confiança, Privacidade e Segurança: Meios que visam trazer uma maior proteção para os dados em geral:
12. Blockchain
13. Segurança Auto-Adaptativa
14. Tecnologias de proteção da privacidade
15. Autenticação Contínua
16. Contratos Inteligentes
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Computação Avançada: Ferramentas que vão além da computação convencional.:
17. Experiência Imersiva
18. Memória Computacional
19. Virtualização Baseada em Contêineres
20. Computação Quântica
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Mobilidade e Veículos Autônomos: Tecnologias que impactam a mobilidade urbana:
21. Mobilidade Elétrica ou Híbrida
22. Serviços baseados em localização
23. Veículos Autônomos
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IoT e Dispositivos Inteligentes: Dispositivos que permitem uma maior extração de dados de objetos diversos:
24. Inteligência Artificial Embarcada
25. Internet das Coisas (IoT)
26. Computação de Borda
27. Tecnologia Vestível – Wearable
28. Impressão 3D (Fabricação Aditiva)
Resultados e destaques
O estudo realizado pelo CPQD demonstrou claramente que as tecnologias emergentes já estão fortemente engajadas no cotidiano, ou pelo menos nos planos das organizações. Ficou bastante claro que a indústria 4.0 já está presente na realidade brasileira, afinal mais de 90% das empresas já utilizam alguma das tecnologias ou então pretendem utilizá-las no curto e(ou) médio prazo.
Além do mais, essas empresas consideram que o impacto esperado é no mínimo alto, o que mostra que acima de tudo, essas organizações enxergam grande propósito nas novas tecnologias.
O estudo do CPQD foi tema do 12º Encontro Nacional da ABII realizado no final de 2020. Confira abaixo como foi a apresentação do diretor de inovação do CPQD e presidente da Rede MCTI/Embrapii de Inovação em Inteligência Artificial, Paulo Curado (a apresentação você pode assistir, entre 29min e 1h30min):
Confira o estudo na íntegra: Estudo CPQD:
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Sobre a ABII
A Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), fundada em agosto de 2016, atua com o objetivo de promover o crescimento e o fortalecimento da indústria 4.0 e da IIoT (Industrial Internet of Things) no Brasil. Fomenta o debate entre setores privado, público e acadêmico, a colaboração e o intercâmbio tecnológico e de negócios com associações, empresas e instituições internacionais, a partir do desenvolvimento de tecnologias e inovação. A ABII é signatária do Acordo de Cooperação com o IIC (Industrial Internet Consortium), consórcio criado em 2014, nos Estados Unidos, com o mesmo fim, pela IBM, GE e Intel. Buscando inserir o Brasil nesta revolução, Pollux, Fiesc/Ciesc e Nidec GA (empresa detentora da marca Embraco) uniram-se para fundar a ABII.