A crise provocada pela pandemia de Covid-19 acelerou a digitalização de empresas de vários setores econômicos. Na mesma proporção aumentou a demanda por especialistas com competências digitais e irá impactar o futuro das indústrias. Um estudo realizado recentemente, revela as 48 profissões emergentes na era digital.
O relatório identifica tendências e profissões emergentes na era digital em um intervalo de curto prazo (dois anos), médio (cinco anos) e longo prazo (dez anos) em quatro grandes setores impactados pela digitalização: software e tecnologia da informação; indústria de transformação e serviços produtivos; agricultura; e saúde.
O estudo “Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde” foi realizado por meio da parceria entre Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ – Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH).
Métricas do estudo sobre profissões emergentes na era digital
O intuito do estudo, liderado pelo Senai e realizado com seus associados, foi apresentar para o mercado quais são as profissões emergentes que serão destaque nos próximos anos. Além disso, buscou entender como a área acadêmica está se preparando para isso.
Observa-se claramente que existe um déficit no ritmo da aprendizagem nacional, visto que a tecnologia está alguns passos adiante da educação brasileira.
A academia brasileira não consegue formar a quantidade de profissionais ideal que é demandada pela indústria de software e TI. Fato é que 80% das empresas associadas ao Senai possuem academias próprias para preparar os profissionais.
Há, também, um índice de 20%, que utiliza cursos online para preparar esses novos profissionais para o mercado. Um ponto relevante a se alertar é que, no Brasil, apenas 17% dos estudantes se interessam por estudos relacionados à tecnologia.
O relatório analisa o contexto da recuperação verde pós-pandemia e as necessidades e oportunidades de formação profissional advindas dessa recuperação por meio da transformação digital. O estudo tem como tema central as tendências da transformação digital e analisa o impacto que a mesma pode ter na demanda profissional em setores-chave para a recuperação verde do país.
Conheça os 4 setores identificados como promissores
1- Software e TI
O setor de software e TI representa a base do processo de digitalização dos demais setores, tendo um perfil de ação transversal na promoção da digitalização. Portanto, trata-se de um setor com alto potencial de demanda por profissionais em uma economia digital.
O setor possui a característica de oferecer cursos de curta duração que permitem uma inserção rápida no mercado, além de democratizar o acesso à formação devido a não precisar de infraestrutura física para a capacitação profissional.
No setor, são 12 o número de profissões que apresentam grande potencial de crescimento nos próximos anos. Algumas já bem consolidadas, prometem crescer exponencialmente, como é o caso do programador.
É notável que as tecnologias disruptivas, pertencentes ao acervo de possibilidades da indústria 4.0, ganham um destaque especial nessa série de profissões. Os especialistas em blockchain e inteligência artificial são ótimos exemplos.
As áreas são:
- Programador/Coder
- Cientista de Dados
- Analista de cibersegurança
- Gestor de mídias sociais
- Engenheiro de software
- Especialista de blockchain
- Programador de jogos digitais
- Especialista em cloud
- Especialista em inteligência artificial
- Programador multimídia
- Desenvolvedor de sistemas
- Engenheiro de banco de dados
Projeção da demanda de vagas:
- 2 anos: 1,63 milhão
- 5 anos: 1,91 milhão
- 10 anos: 2,06 milhões
2- Indústria de transformação e serviços produtivos
A indústria promete ser fortemente remodelada ao longo dos próximos anos. Tecnologias inéditas deverão fazer parte do cotidiano das fábricas, trazendo maior praticidade e produtividade.
O Brasil possui o maior parque industrial da América do Sul e apresenta uma indústria diversificada com importante geração de empregos para o país. A transformação digital, por meio da indústria 4.0, deve alavancar a competitividade desse setor, permitindo uma produção mais eficiente e sustentável.
Profissões como o engenheiro de exoesqueletos de propulsão e o técnico em informática veicular irão preencher importantes lacunas que se farão presentes no meio industrial.
Confira as 14 profissões:
- Expert em Digitalização Industrial
- Operador Digital
- Profissional de Manufatura Aditiva
- Profissional de planejamento logístico
- Gestor de economia circular
- Engenheiro de exoesqueletos de propulsão
- Profissional de eletromobilidade
- Especialista em Serviços
- Programador de unidades eletrônicas
- Técnico em informática veicular
- Mecânico especialista em telemetria
- Técnico em eletromecânica
- Condutores de processos robotizados
- Gestor de trends innovation
Projeção da demanda de vagas:
- 2 anos: 11,7 milhões
- 5 anos: 13,6 milhões
- 10 anos 14,9 milhões
3- Agricultura
A agricultura, setor mais forte do cenário brasileiro, será muito beneficiada pelas novas tecnologias e a chegada das novas profissões.
Somando-se à chegada do 5G no Brasil, profissões como o operador de drone e o engenheiro agrônomo digital serão fundamentais para a prosperidade do setor, que tem 8 profissões destacadas como emergentes.
As áreas são:
- Técnico em Agricultura Digital
- Técnico em Agronegócio Digital
- Engenheiro Agrônomo Digital
- Operador de drones
- Agricultor urbano
- Engenheiro de automação agrícola
- Cientista de dados agrícola
- Designer de máquinas agrícolas
Projeção da demanda de vagas:
- 2 anos: 18,3 milhões
- 5 anos: 18,5 milhões
- 10 anos: 18,8 milhões
4- Saúde
Por fim, é a área da saúde que se destaca e preenche as últimas das profissões apresentadas no estudo.
A interação com a tecnologia digital se fará cada vez mais presente na interação médico-paciente e recursos como a telemedicina, que, por sinal, já cresceu muito na pandemia, serão cada vez mais frequentes.
Haverá aqueles que não atuam diretamente na medicina, mas se especializam em tecnologias voltadas para a área da saúde, como é o caso dos técnicos de assistência médica digital e de telemedicina.
Conheça as 14 profissões:
- Engenheiro hospitalar
- Engenheiro de dados da saúde
- Técnico de assistência médica digital
- Médico procedimentalista
- Consultor analítico
- Técnico em telemedicina
- Engenheiro de produção/gestão de leitos
- Gerente de cuidados complexos
- Gestor de qualidade de vida
- Bioinformacionista
- Conselheiro genético
- Cuidador digital
- Consultor digital
- Geomicrobiologista
Projeção da demanda de vagas:
- 2 anos: 5,1 milhões
- 5 anos: 5,5 milhões
- 10 anos: 5,9 milhões
Algumas conclusões sobre o estudo de profissões emergentes
O estudo deixa bem claro que o número de vagas será cada vez mais crescente no mercado brasileiro, mas não necessariamente serão preenchidas.
Será preciso uma mudança na cultura acadêmica, formando profissionais para lidarem com as novas e disruptivas tecnologias. Essa mudança é bilateral, pois deve partir das instituições e também dos estudantes.
Em uma escala de oportunidades, o setor industrial é o grande líder em vagas, sendo que 401 mil vagas serão abertas no curto prazo, 563 mil no médio prazo e 767 mil no longo prazo. E o setor de software e TI é o que irá abrir mais vagas no longo prazo, 779 mil.
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Baixe o estudo completo e entenda quais os requisitos de formação dessas profissões emergentes: estudo_profissoes_emergentes
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