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Chegou a hora de padronizar as tecnologias?

Tempo de Leitura: 4 minutos

O que é Umati? O que isso tem a ver com o OPC UA? O que é metaverso industrial? Os gêmeos digitais são apenas para fins de simulação? O que o Gaia-X tem a ver com tudo isso? Estes foram alguns dos assuntos abordados no episódio 8 do Boteco 4.0, que teve convidados internacionais. O pano de fundo da discussão é um questionamento: será que chegou a hora de padronizar as tecnologias?

O moderador do podcast da  ABII – Associação Brasileira de Internet Industrial Claudio Goldbach, discutiu tendências com Erich Barnstedt, presidente do consórcio e da associação de padrões do Microsoft Azure IoT, e Andreas Faath, chefe de interoperabilidade de informações de máquinas da VDMA e mostrou que o mundo está debatendo a padronização em tecnologia.

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Acompanhe!

O que é gêmeo digital e importância

Tendemos a pensar que o gêmeo digital só pode ser usado para representar um ativo físico, mas não é bem por aí. A tecnologia de gêmeos digitais começou com o programa espacial Apollo nas décadas de 1960 e 1970, com tentativas de criar representações digitais de ativos físicos, neste caso aeronaves, pontuam os especialistas.

No entanto, na visão de Erich Barnstedt, os gêmeos digitais podem ser usados ​​para uma variedade de propósitos, incluindo a construção de wireframes ou modelagem 3D. Isso significa que nenhum gêmeo digital é melhor que o outro porque cada um cumpre o propósito para o qual foi criado.

O ponto-chave, ele enfatiza, é que existem muitos gêmeos digitais diferentes e escolher o melhor para fazer um ótimo trabalho é o ideal. Portanto, de uma perspectiva estratégica e funcional, vê-los como uma tecnologia padronizada não é correto, porque quem sai perdendo com isso é o setor industrial. Como? Minimizando a visão de uso da tecnologia.

O que é umati e por que os brasileiros devem dar atenção a isso

Umati (Universal Machine Technology Interface) é uma comunidade que se dedica à promoção e adoção de interfaces abertas padronizadas baseadas em OPC UA. Ela torna fácil, transparente e seguro trocar dados entre máquinas, componentes e sistemas e busca integrá-los a ecossistemas de TI específicos de clientes e usuários. Na visão de Andreas Faath, trata-se de uma iniciativa global para desenvolver novas possibilidades tecnológicas.

Ainda de acordo com o chefe de interoperabilidade de informações de máquinas da VDMA, a iniciativa permite que pequenas e médias empresas, como as que operam no Brasil, utilizem os recursos e oportunidades que vêm dessa comunidade. Complementa, afirmando que “a grande vantagem desse conceito é a padronização da tecnologia e linguagem em escala global e em todo chão de fábrica”.

Portanto, com esta iniciativa, a indústria brasileira poderá desenvolver um chão de fábrica integrado, eficiente e funcional, obtendo benefícios significativos.

Umati e OPC UA: relação

Anos atrás, os vários dispositivos no chão de fábrica eram normalmente desenvolvidos por fornecedores diferentes, cada um com seus próprios protocolos de comunicação. Portanto, a integração e conectividade entre esses diferentes dispositivos não era possível.

Assim, era mais seguro para a indústria ter dispositivos no chão de fábrica com redes locais. Cada provedor tinha seu próprio protocolo de comunicação, o que criou a necessidade de criar um protocolo padrão.

Foi então que surgiu em 2008 o OPC UA (Unified Architecture), segundo Andreas Faath. É, em sua visão, a solução mais atual que vem sendo implementada cada vez mais nas indústrias com o intuito de garantir a conexão entre os diversos dispositivos do chão de fábrica.

O que é metaverso industrial

Do ponto de vista de Andreas Faath, o metaverso é uma expressão popular para a integração dos mundos virtual e físico. A proposta é criar interações entre pessoas dentro de um mundo fictício ou simulação do mundo real. Além de socializar, também possibilita a troca de experiências sensoriais, emocionais e cognitivas.

O especialista aponta que o metaverso terá grande impacto em diversos setores, como na indústria, já que o objetivo é proporcionar uma experiência diversificada no mundo virtual. Espera-se que as fábricas ofereçam produtos dentro do metaverso e até mesmo usem o espaço virtual para interação interdepartamental.

Nesse sentido, o metaverso industrial refere-se à possibilidade de trabalhar em fábricas, com foco gradual no uso da realidade virtual, diz Faath. Por exemplo, a capacidade de prever o comportamento, testar produtos e desenvolver projetos de forma otimizada.

O metaverso industrial também significa que o teste físico antes da fabricação da prototipagem é simplificado e simulado de várias maneiras. Um bom exemplo é o gêmeo digital, uma tecnologia que simula com precisão toda uma linha de produção.

Gaia-X: segurança dos dados e soberania digital

De acordo com Faath, o Gaia-X é uma iniciativa europeia para desenvolver uma infraestrutura de dados uniforme e segura para garantir a soberania digital.

O objetivo é desenvolver a governança digital baseada nos valores de transparência, abertura, privacidade e segurança, aplicando-os às tecnologias (gêmeo digital, metaverso industrial, entre outros) para garantir o controle sobre dados e serviços. Por exemplo, permitir e integração segura e compartilhamento de dados (umati), otimizando as operações e garantindo a funcionalidade do setor industrial.

Em sua opinião, alguns problemas de proteção de dados podem ser resolvidos sem esse esforço. No entanto, isso requer investimento em padrões mínimos de segurança. Ele destaca que já existem várias empresas fortes, como a Microsoft, que podem desenvolver soluções para manter os dados seguros e bem gerenciados.

Manter-se atualizado sobre as principais tendências e discussões em torno da tecnologia é fundamental para as indústrias que buscam melhorar os processos, tomar melhores decisões e acelerar sua transformação digital. Neste conteúdo, apresentamos as atualizações mais importantes sobre o tema.

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Sobre a ABII

ABII – Associação Brasileira de Internet Industrial, fundada em agosto de 2016, atua com o objetivo de promover o crescimento e o fortalecimento da internet industrial das coisas e da indústria 4.0 (IIoT & I4.0) no Brasil. Coordena um ecossistema com provedores, usuários e especialistas em tecnologia e instituições de ensino. Num ambiente colaborativo reúne empresas protagonistas do mercado e é referência no movimento de transformação digital. Fomenta o debate entre setores privado, público e acadêmico, a geração de conhecimento e o intercâmbio tecnológico e de negócios.

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